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Entenda os Principais Indicadores Econômicos

Atualizado: 7 de jun.

Taxa de Juros

Acredito que em algum momento você deve ter ouvido falar que o governo reduziu a Selic - taxa de juros básica da economia -, afinal ela é muito importante para o país e afeta a vida de todos os brasileiros.


A sigla Selic é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Esse sistema é utilizado pelo governo, por meio do Banco Central, para que haja controle na emissão, compra e venda de títulos públicos federais. A Taxa Selic é obtida pelo cálculo da média ponderada dos juros praticados pelas instituições financeiras e é utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos público federais.


Em termos práticos, o funcionamento da Taxa Selic começa com a necessidade do governo em ter dinheiro para pagar suas próprias dívidas e fazer investimentos, ou seja, para construir estradas, hospitais, escolas, investir na segurança e na saúde da população, o governo precisará arrecadar impostos (que é a sua principal fonte de arrecadação). Porém, existe outra forma de arrecadar, através do Tesouro Nacional, que por meio da Secretaria do Tesouro emite Títulos Públicos. Além disso, captar dinheiro permite que o governo antecipe a receita de impostos.


taxa de juros como indicador econômico
Taxa de Juros - Instrumento Utilizado no Controle da Inflação

A grande maioria desses títulos do tesouro é comprada por grandes bancos. Por lei, todo banco é obrigado a depositar uma porcentagem dos seus depósitos (dinheiro que as pessoas colocam em suas contas bancárias - depósito à vista) numa conta do Banco Central. Esta medida é necessária para controlar o excesso de dinheiro em circulação na economia e evitar um aumento descontrolado da inflação. Devido a milhões de operações bancárias realizadas diariamente, é comum os bancos chegarem ao final do dia com a porcentagem maior ou menor do que deveriam ter na conta do Banco Central. Como os bancos são obrigados a respeitá-la, eles se vêem obrigados a pegar empréstimo com outros bancos para cumprir a lei. Esses empréstimos são de curto prazo, durando em média 24 horas.


Toda essa história de empréstimos e bancos serve para você entender o que significa taxa selic ouver, porque na verdade a Taxa Selic que você conhece se divide em duas: a ouver e a meta.

  • Taxa Selic Ouver: é a taxa de juros praticada quando um banco empresta dinheiro a outro usando, como garantia, os títulos públicos comprados no Banco Central.

  • Taxa Selic Meta: é aquela que representa a taxa básica da economia no Brasil, pois serve como parâmetro para todas a outras praticadas no mercado. Ela tende a ser a menor taxa de juros que existe na economia.

A definição da Taxa Selic é feita pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que além disso, é responsável por estabelecer as regras de quantidade de moeda em circulação no país.



Agora que você já sabe o que é a taxa selic e como ela age como base para outras taxas de juros praticadas pelo mercado, vamos ver como ela influencia o seu dia a dia. Um aumento na taxa selic faz com que você e outras pessoas deixem de consumir produtos (principalmente adquiridos a prestações de longo prazo), o que aumentaria a quantidade desses produtos disponíveis no mercado. Uma alternativa para manter o ritmo do consumo, seria o comércio diminuir o preço dos produtos, o que faria a inflação recuar.


Além disso, o aumento da selic é um grande incentivador para as pessoas adiarem seu consumo para um momento futuro, tendo em vista que investimentos ficam mais atrativos, fazendo com que as pessoas prefiram investir seu dinheiro a usá-lo para consumo imediato, deixando para consumir quando resgatarem seus investimentos.


inflação indicador do aumento geral dos preços
Inflação - Aumento Generalizado dos Preços

Inflação


A inflação é o aumento generalizado no nível de preços. Ou seja, a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período. Ela se mede com base em índices como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que ponderam os bens e serviços mais importantes para a população e medem o crescimento desses preços. Vale lembrar que a cesta ou conjunto de bens e serviços considerada pelo índice de inflação pode não ser aquela que você costuma consumir, portanto a "sua" inflação pode ser maior ou menor do que aquela medida pelos índices oficiais.


Há vários índices que mostram o quanto os preços sobem ou descem em um determinado período. Cada índice aponta uma inflação diferente. Isso acontece porque a alta de preços não atinge todo mundo da mesma forma. Quem tem carro, por exemplo, vai sentir mais no bolso o peso da alta da gasolina, quem come carne vai sentir mais se esse produto subir de preço.


Assim, os diferentes índices usam, no cálculo, faixas de renda diferentes, regiões diferentes, itens diferentes e até períodos diferentes. Isso contribui também para tornar mais segura a medição, já que há fontes diferentes calculando a inflação.



Entenda o que mede cada índice:

  • IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna): calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apura os preços mensais de todo o processo produtivo - matérias-primas agrícola e industriais, produtos intermediários, bens e serviços finais e preços de construção. É parte da cesta que corrige os preços de telefonia;

  • IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado): semelhante ao IGP-DI, verifica preços do comércio no atacado, no varejo e na construção civil, pesquisados entre os dias 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência. É usado na correção de contratos de aluguel e tarifas de serviços públicos;

  • IPCA (Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo): calculado pelo IBGE, aponta mensalmente a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos das 11 principais regiões metropolitanas do país. Os preços são coletados em mais de 28 mil comércios visitados pelos pesquisadores;

  • INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): semelhante ao IPCA, ele verifica o custo médio das famílias com rendimento familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos. Indica a variação de preços nos grupos mais sensíveis, que gastam todo o rendimento em consumo corrente (alimentação, remédio, etc);

  • IPCS (Índice de Preços Semanal): verifica preços de 388 itens a cada 10 dias. Donas de casa treinadas pesquisam preços de alimentação no domicílio, produtos de limpeza e serviços, e funcionários da FGV fazem consulta mensal de bens e serviços da cesta básica do IPC;

  • IPC-Fipe: calcula semanalmente os preços de 468 itens consumidos por famílias que recebem entre 0 e 10 salários mínimos na cidade de São Paulo.


Se todos os preços (bens, serviços, salários, lucros, etc.) aumentassem uniformemente, não haveria problemas. O problema é que a inflação mexe nos preços relativos, e assim, dá ganhos para alguns e perdas para outros. Quando a inflação é superior ao aumento dos salários, por exemplo, há perda do poder de compra da população assalariada.


A Inflação pode ter uma causa monetária que é quando o governo emite mais moeda e injeta na economia, pode ter causas psicológicas quando os agentes sobem seus preços achando que outros também vão fazer o mesmo e pode ter uma causa real quando há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda por bens e serviços na economia. Para contê-la o governo dispõe de várias ferramentas, a taxa de juros é uma delas, mas não é a única. No longo prazo o melhor remédio para a inflação é a expansão da capacidade produtiva, que aumenta a oferta de produtos e reduz os preços dos mesmos.


balança comercial relação entre exportações e importações
Balança Comercial - Relação Entre Exportações e Importações

Balança Comercial


A Balança Comercial é o indicador econômico que representa a relação entre o total de

exportações e importações de bens e serviços de um país em um determinado período.


O saldo da balança comercial é expresso pela diferença entre as exportações importações (X-M). Assim, quando o total de exportações de bens e serviços for superior ao total de importações, registra-se um superávit no saldo da balança comercial. O superávit é um fator positivo na economia de um país, pois mostra que o mesmo está exportando (vendendo) mais bens e serviços do que está importando (comprando). Esse resultado positivo gera um lucro que pode ser utilizado para investir no próprio sistema econômico do país.

Já o inverso, quando o total de exportações de bens e serviços for inferior ao total de importações, registra-se um déficit no saldo da balança comercial. O déficit é um fator negativo na economia de um país, pois o mesmo está exportando (vendendo) menos que importando (comprando) bens e serviços. Esse resultado negativo gera um prejuízo no saldo da balança comercial que deve ser coberto pelas reservas financeiras do país.



A razão entre o total de exportações e importações de um país indicam a taxa de cobertura das importações pelas exportações, ou simplesmente, a taxa de cobertura. Essa taxa nos indica em que porcentagem as exportações pagam as importações. A taxa de cobertura é importante pois proporciona a noção exata do grau de (in)dependência comercial de um país em relação ao mercado externo, a um grupo de países ou a um único país.


PIB  soma dos bens e serviços produzidos por um país
PIB (Produto Interno Bruto) - Soma de Todos os Bens e Serviços Produzidos Pelo País

PIB


O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia e tem como objetivo mensurar a atividade econômica de uma determinada região. Quando essa determinada região apresenta declínio de dois trimestres consecutivos, no valor do PIB, significa que sua economia encontra-se em resseção técnica. Apesar de o Produto Interno Bruto ser considerado um bom indicador de crescimento, não pode ser consideração um índice de desenvolvimento, uma vez que seu cálculo não inclui dados como distribuição de renda, expectativa de vida e nível educacional da população, dentre outros.


O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços produzido em uma determinada região (país, estado ou município), durante um período específico de tempo (ano, semestre, trimestre, mês). É importante salientar que no cálculo do PIB considera-se apenas os bens e serviços finais da cadeia de produção, excluindo todos os insumos intermediários (matérias-primas, mão de obra, impostos e energia). Essa exclusão serve para evitar a duplicidade na contagem dos valores gerados na cadeia de produção, o que provocaria erro no cálculo do PIB.


Desde 1990, o cálculo e a divulgação do PIB brasileiro são realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - órgão federal subordinado ao Ministério do Planejamento.



Quando se procura analisar o comportamento do PIB de um país ao longo do tempo, é preciso diferenciar o PIB nominal do PIB real. O PIB nominal refere-se ao PIB calculado a preços correntes, ou seja, no ano em que o produto foi produzido e comercializado. Já o PIB real é calculado a preços constantes, onde é escolhido um ano base, eliminado assim o efeito da inflação.


O PIB per capita é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes da região e indica quanto cada habitante produziu em determinado período. O valor per capita foi o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país. Países podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitante, mas seu PIB per capita pode ser baixo, já que a renda total é dividia por muitas pessoas.


O Produto Nacional Bruto (PNB) refere-se a todas as riquezas produzidas por uma nação durante um determinado período, seja em território nacional ou não. Assim, empresas que tenham fábricas no exterior, também se somam a este indicador. Em geral países desenvolvidos possuem PNB maiores que o PIB, mostrando que a soma da produção nacional é mais forte que a soma da riqueza produzida em território nacional, que inclui a empresas estrangeiras localizadas ali. O PIB difere do PNB basicamente pela renda líquida enviada ao exterior (RLEE). Essa é desconsiderada no cálculo do PIB e considerada no cálculo do PNB, inclusive porque o PNB é gerado a partir da soma do PIB mais entradas e saídas de capital.

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